sexta-feira, 17 de abril de 2015

Just tonight
I'll let myself die
Peacefully, easily
I'm really tired and I can't sleep

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Eu tinha certeza que a dor, a culpa e o arrependimento voltariam logo. Eles nunca me deixam muito tempo sozinha.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Fuck off

 Deixemos a hipocrisia um pouco de lado: É impossível ter esperança todo o tempo. A esperança é a desculpa do fraco para nunca desistir e seguir em frente. Mas ficar nessa montanha russa de sentimentos não é fácil, tampouco. São detalhes que parecem pequenos e mesquinhos, mas mudam vidas inteiras, decidem momentos, pessoas que iremos conhecer, coisas que iremos fazer. Não quero decidir mais nada. Quero, nesse ano, que tudo acabe e que eu sobreviva. Ou parte de mim, ao menos. Não estou pedindo demais. Estou pedindo por paz, e um pouco de misericórdia, só. Não posso pensar que tudo aquilo que sonhei, tudo aquilo que conquistei, será abandonado por conta de um sentimento estúpido que não passa nunca. Estou há anos nesse inferno e nesse luto sem conseguir me soltar. Prisioneira de meus próprios sentimentos. Prisioneira de mim mesma. Ninguém irá me libertar, porque nem eu mesma sei como resolver isso.
Ou talvez eu seja só uma vadia que finja o tempo todo. Fernando Pessoa me entenderia. Ele e seu poema fingidor. Egoísmo corre por minhas veias, junto com esse sangue sujo que ninguém jamais irá tocar, para não se contaminar. Sou humana. Não espero mais nada da humanidade.

sábado, 12 de novembro de 2011

 Dor, muita dor. É como se um peso morto estivesse em cima de mim, dentro de mim.
 É pecado demais sentir falta de tudo aquilo que me representa?
 Tédio, tédio. Cada dia dentro dessa jaula é um adeus à liberdade, uma corrente em cada veia, em cada músculo do meu corpo. Tv, cigarros sem conta e um copo de Coca-Cola me fazem companhia todas as noites. Nada de noitadas, bebedeiras excessivas ou sensações prazerosas. Nada de amigos, nada de transas casuais.
É nisso que se resume o inferno?
 Quando me tornei uma pessoa tão solitária? Há quanto tempo sinto esse vazio que nada preenche? Esses sonhos malditos que não me deixam dormir uma noite inteira, essa vontade de... de... de quê? O desânimo surge antes que eu descubra, todas as vezes que eu chego perto demais do mistério. Puft, grande mistério. Digno de Sherlock Holmes.
 Eu deveria parar com o sarcasmo. Eu deveria parar de falar comigo mesma, escrever essas linhas soltas que não fazem sentido nem mesmo para mim, que as escrevo por não ter o que fazer. Deveria estudar. Terminar de ler aquele livro, parado na estante há quase um mês. Deveria ir no bar, no próximo domingo, e beijar o primeiro ou a primeira que se interessasse por mim. Começar meu curso de inglês. Arrumar um emprego. Sair de casa. Tanta coisa a fazer... Mas tudo o que quero é mais um cigarro, e talvez mais cafeína, meio impossível de conseguir a essa hora da noite.
Talvez eu vá ouvir Miles Davis. E parar de escrever.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Culpa

- Eu ainda não entendo porque você continua escrevendo nesse caderno estúpido.
   Carolina olhou para cima e visualizou sua amiga Marieta, olhando-a de um jeito desaprovador.
 - Eu não esperava que você entendesse.
 - Mas é sério, Carol. – Ela sentou-se na cadeira defronte. – Por que você ainda está escrevendo? O que você está escrevendo, aliás? E não me venha dizer que é para a aula; Não tivemos nenhum dever hoje.
 - Sei que não, e não pretendia dizer isso.
- E o que ia dizer então?
 - Eu... – Sentiu-se confusa. Deveria mentir? Parecia errado, mas ao mesmo tempo a única alternativa. – Deixa pra lá.
- Nem pensar!
 - Rápida como um gatilho, Marieta puxou o caderno e leu um monte de palavras soltas, abobalhada. Depois riu.
- Você precisa reaprender a formar frases.
- Obrigada. – Carolina puxou o caderno meio rabugenta, e o fechou. Fazia meses que não conseguia escrever mais do que essas palavras soltas, mas por não ter nada a escrever. Rabiscava todas as folhas que atravessavam seu caminho, mas não saia nada compreensível.
- Então, você vai ficar presa nesse quarto escuro a tarde toda ou vamos à praia?
- Hum... Na verdade, eu precisava ir a outro lugar hoje. Pode ser amanhã?
 Marieta a olhou um instante, balançou a cabeça positivamente, e após mais um olhar triste para a amiga, saiu do quarto. Carolina olhou a porta com remorso por um instante, depois levantou-se num pulo, foi ao armário e trocou de roupa. Colocou um tênis e saiu também.
 Não tinha intenção de ir a lugar nenhum, só não queria estar com ninguém. Mas, ultimamente vagava sozinha por tanto tempo que seus pés a levavam automaticamente a seus lugares favoritos, e algumas quadras depois ela parou em um parquinho depredado pelos garotos do bairro. Sentou-se no único balanço que ainda não estava quebrado, fechou os olhos por um instante e sentiu sua pele absorver o calor do sol. Poucos minutos depois, alguém entrou em sua frente e, pensando que Marieta a havia seguido, abriu os olhos meio irritada.
  Deparou com um homem alto, mas seu rosto estava escuro por causa do sol, e ela o olhou questionadora. Ele se abaixou, e ela pode olhar seu rosto.
  Era magro, absurdamente magro, olhinhos pequenos como fendas e sua boca era apenas um fino traço. Seu nariz era adunco, e sua pele era macilenta, como se não visse sol há muito tempo. Ele sorriu, mas foi um esgar assustador, e ela logo pôs-se de pé, analisando o melhor jeito de ficar o mais longe possível. Acenou levemente com a cabeça e começou a andar, mas o estranho, ainda abaixado, agarrou seu tornozelo.
- Ei! Não sei quem você é, amigo, mas também não faço questão de saber. – Virou e tentou dar outro passo, mas ele continuava segurando-a, e ela percebeu que os dois estavam sozinhos. Ficou mais amedrontada, e tentou fingir que estava com raiva. – Se importa? Eu estou tentando andar.
 Ele a soltou e se levantou, e ela ergueu a cabeça, o rosto rubro. Ele era vários centímetros mais alto do que ela, e agora que ele não estava mais contra o sol, percebeu que seus olhos eram de um azul muito elétrico.
- Lamento, querida, mas não posso deixá-la ir. Você é uma assassina. Agora, deve morrer também.
 Se antes estava amedrontada, agora ela estava apavorada. Como aquele estranho podia saber? Ele sequer parecia ser dali.
- Lamento, querido – Ela deu ênfase à palavra querido. – Mas você deve ter se confundido. Não sou assassina coisa nenhuma.
- Então, aquele túmulo no cemitério não é do seu irmão?
- Como você sabe quem é meu irmão?
- Apenas sei. – Ele deu um passo para frente, e ela recuou. – Sei que não foi sua culpa, sei que não quis, mas aconteceu. Você não tinha nenhum direito de tirar a vida dele. Eu honestamente lamento. Você viveria muito sabe. Teria três filhos. Mudaria de país. Seria uma grande médica.
 Carolina riu, embora não houvesse a menor graça na situação.
- Mais uma prova de que você está enganado, senhor. Nunca quis ser médica.
- Não queria, até ver o médico que tentou salvar a vida do seu irmão. Ficou sensibilizada com o trabalho dele. E ele quase conseguiu, não é? Se ele ainda estivesse de plantão aquela noite, poderia ter evitado aquela parada respiratória.
- Quem é você? O que quer?
- Eu já disse. Vim vingar seu irmão. Você não vai matar mais ninguém.
- Você não sabe de nada! Ele era um viciado! Tentou me matar quando eu não lhe dei dinheiro para mais uma picada! Eu só me defendi! E como sabe de tudo isso? Você é policial? É medico? Anda me vigiando?
- Um pouco dos três, creio. Mas isso não vem ao caso. Como já disse, sei que não foi sua intenção. Mas isso não diminui sua culpa.
- Olhe, - Carolina se sentiu cansada. Reviver aquilo doía, e muito. – como acha que me sinto por ter atirado nele? Era meu irmão, meu sangue! Não fiz nada a sangue frio!
 Ela gritava, e olhava suplicante por perdão, como se o homem pudesse salvá-la do horror que tinha dentro de si mesma.
- Você tinha escolha. – Sua voz, tão calma antes, emanava frieza agora, e certa raiva. Carolina encolheu-se ligeiramente. – Ele tinha mudado de opinião meio segundo antes de você retirar a arma dele. Quando percebeu o que estava fazendo, decidiu mudar, decidiu parar. Você não tinha o direito de tirar isso dele.
- Mudou de opinião, foi? E como é que você sabe?
- Chega de conversa. Não tenho tempo a perder.
O ataque foi rápido e preciso: Ela não viu o que a atingiu. Não viu, mas sentiu. Olhava diretamente nos olhos de seu misterioso assassino, mas ao olhar para baixo, viu sangue manchando sua camisa branca de botões, a faca ainda cravada em seu peito, quase como se fizesse parte de seu corpo. Automaticamente, colocou a mão sobre ela, e voltou a olhar o homem. Alto e atarracado, um sorriso ameaçava curvar sua fina boca novamente, e, de repente, ela se sentiu suja diante dele. O torpor começava lentamente a invadi-la, bem como pensamentos bizarros e fora do contexto apareciam em sua mente. Ia morrer, sabia que sim. Mas, ao contrário do esperado, sua ligeira vida não passava diante dos seus olhos. Tudo o que vivera e o que fizera levara-a até ali, e era só no momento em que pensava. Queria gritar para que ele acabasse logo com isso, mas ele parecia divertir-se, e ela num impulso estúpido, ficou calada, observando o momento, absorvendo cada detalhe da cena. Cada detalhe daquele rosto, daquele sorriso.
- Agora, minha querida, você será perdoada.
  Não tinha forças para ficar em pé, mas não conseguia deitar-se ou sequer ajoelhar-se, tampouco. A morte era realmente bela, de um modo triste. Não era obscuro, e de repente ela sentiu apenas vazio. Sorriu também, como um pedido de desculpas ao homem por sua força, e fechou os olhos sentindo a dor sumir e seu corpo ficar pesado, pesado demais.
 O homem virou-se, retomou seu caminho a passos vacilantes, e quando o coração de Carolina deu sua última batida, ele já estava longe dali.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Kiss the ring

Mate a menina, comece o feito
E queimar este quarto inteirinho na bunda é claro que...
É difícil ficar limpo?
E se você e todos tivessem que começar acreditar
No que mais você acreditaria?
Na sua vontade ou como uma equipe que foi ao culto de suicídio?
E se você e todos quiserem seguir-me
É difícil me parar?
Estava indo ao tamanho super esta coisa agora.
E ele está mantendo suas coisas e se você tivesse todos pararem de acreditar
No que mais você acredita?
Isto é viver grande
O que fez você dormir? Ela está dormindo agora
Eu estou apenas rindo, pegue uma cadeira e assista matarem um ao outro
Não importa o seu pior significado ok?
Você tem que beijar o anel.
Agora os mundos, indo imperfeitos, não há volta seca em todo lugar maldito
Será que é difícil, ficar limpo?
E se você e todos tiverem que começar acreditar
No que mais você acreditaria?
Quando o mundo, é ter sexo, há uma caçada no meio do dia
É difícil, parar o sangramento?
Oh sim, todos nós temos maldição agora.
Ha, ha!
Se você ver estrelas
E se você e todos tiverem que acreditar
No que mais você acreditaria?
É melhor trazê-la de volta não vire as costas, grite, cante!
Não importa se as palavras não significam nada.
ENTRE.
Você tem que beijar o anel.
Uh... Uh... Uh...
Você tem que beijar o anel.
Bang, bang, eles trazem uma rodada de armas
Bang, bang, vou matar todos
Ha ha, ele está chutando sua bunda
Bam bam bam, ele está chutando sua bunda
E se você e todos tivessem que acreditar
No que mais você acreditaria?
Ele vai se envolver em torno, foram todos acreditando, gritando, cantando!
Só tenho que trazê-la de volta. É o calor frio do verão do suicídio
Se as palavras não significam uma coisa
Isto os fará desejar vermelho abaixo do joelho.
(Meu Romance Químico)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Cores

Preto retém, branco reflete. E o cinza? O cinza é monótono, uma mistura que resulta indiferença. Nada de vida ou morte, nada de amor ou ódio, nada de extremos ou de opostos. O cinza representa o nada, o vazio, o tédio. Não inspira, só me deixa aqui parada, com essa chuva incessante como companhia, além de uma garrafa de heineken e um maço de cigarros. Quanta sutileza.
Não é que eu não sinta mais nada: é que já estou tão cortada, que simplesmente não há mais espaço para novos cortes, e por isso eles simplesmente atravessam meu corpo sem conseguir lugar para ficar. Nem fila há mais. Por isso estou tão cinza. Até a dor cansou-se de mim, e foi procurar outro lugar para habitar. E não há espaço para o amor, tampouco. O amor já foi, é passado, é só uma lembrança ruim.
Mas a questão é: quantos outros sentimentos vão virar passado até esse cinza desaparecer de dentro de mim?

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Um pedido de ajuda

Este é o fim. Para mim, já chega. Chega de solidão, chega de ficar em um lugar onde não me querem. Eu quero meus amigos. Quero encher a cara e ficar no hospital a madrugada tda tomando glicose. Quero meu emprego. Meus cursos. Sair com qualquer cara, com qualquer garota, quero me sentir viva de novo. Estou tão morta. É de enlouquecer.  Eu não sou bem-vinda aqui mesmo, sou uma aberração no meio de um mundo normal e hipócrita, por  que não me deixam voltar? Por que não posso fazer só o que quero? É tão simples. Não estou pedindo nada demais. Não é como se eu quisesse sequestrar algum milionario para ficar rica. Além do mais, eu gosto de coisas simples, como chegar em casa exausta depois de oito horas de trabalho mais cinco de escola, deitar na minha cama depois de um banho bem quente, e apagar até o dia seguinte, e sonhar com o fim de semana. Mas aqui.. aqui todos os dias são iguais, monotamente e insuportavelmente iguais.
Então, caro carrasco, quando vai me tirar desse inferno, e me mandar de volta para o antigo? 
A dor, a dor vai me abandonar e me deixar com o vazio, de novo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

The death of me


Não tenho mais nada de bom a dizer
Preciso de um uísque pra começar a aquecer minhas objeções
As pessoas amam beber pra esquecer seus problemas
As vezes sinto que eu me sentiria melhor desse jeito

Porque talvez assim eu conseguiria dormir à noite
Eu não deitaria e ficaria acordado até amanhecer
Isso é algo que nunca vou controlar
Meus nervos serão minha morte, eu sei

Estou aqui vivendo a vida miseravelmente
Estou aqui por todas as estórias encantadoras que contei
Talvez, bebendo vinho eu valide minha aflição
Todo homem precisa de uma musa e a minha poderia ser a garrafa

Porque talvez assim eu conseguiria dormir à noite
Eu não deitaria e ficaria acordado até amanhecer
Isso é algo que nunca vou controlar
Meus nervos serão minha morte, eu sei

Finalmente eu poderia esperar por um dia melhor
Não mais sustentando todas as coisas que enebriam minha mente
Talvez, então, o peso do mundo não pareceria tão pesado
Mas depois, de novo, provavelmente sempre me sentirei assim

Pelo menos eu sei que nunca conseguiria dormir à noite
Sempre vou deitar e ficar acordado até amanhecer
Isso é algo que nunca vou controlar
Meus nervos serão minha morte, eu sei
(City and Colour)

domingo, 24 de julho de 2011

Sinto pulsação em meu corpo de novo, mas, de novo, são pelos motivos errados. Quando vou aprender? À medida que tudo o que conheço e que amo se afasta, minha mente sangra, tentando mandar embora a solidão antes que ela se assente em mim.
Precisarei mesmo mudar de país para me livrar de você? Sair do continente? Essa sede insaciável só cresce enquanto tento não pensar em nada, enquanto tento voltar à dor que era ficar sem você... Era mais honesto do que a esperança, ao menos. Eu não sentia frio, eu me sentia bem. Sentia que podia ir em frente. Por que fui procurar você? É sempre o mesmo drama, e de novo, de novo, de novo. Sempre a mesma queda, sempre da mesma altura, sempre no mesmo ponto. Enquanto outros evoluem, estou parada no tempo.

sábado, 23 de julho de 2011

Uma citação.

"As palavras são uma fonte inesgotável de magia, pois elas nos curam e nos machucam."
Alvo Dumbledore - Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Was it a dream?

 É bom saber que em algum lugar, ainda, há certa rotina. Gosto de ter a certeza que não importa o tempo em que eu me ausente, quando voltar, as coisas vão estar exatamente do jeito que as deixei. No fundo, todo aventureiro é assim. E, no fundo, todos têm medo de mudar, mesmo que não diga a ninguém. O que não é surpresa, pois todos escondem seus pensamentos, seus sonhos. O medo interfere, altera mentes, suga vidas, mata. Reprime. Por que o medo não me afeta dessa maneira, então? Porque, quando mais preciso, não sou reprimida, não sou parada? 
Existem mesmo opções, estradas a seguir, ou são apenas palavras vazias de pessoas vingativas? Sinto-me desfalecendo aos poucos, de uma doença desconhecida, que me tira minhas memórias e meus sonhos. Terei eu mesmo um futuro? Tudo está tão nebuloso. Apagado. Não há mais proteção de ninguém onde posso me refugiar, e se as lembranças se forem, como vou saber que tudo isso é real? E se os sonhos se forem, como vou saber o que seguir?
Tenho tanto medo das coisas erradas; tenho medo de ser cuidada, tenho raiva de quem me cuida, de quem quer proteger-me. Sinto-me tão culpada o tempo todo. Nada do que eu faço parece aliviar essa culpa, não importa o quanto eu me esforce, não importa quão longe eu fique de tudo isso, eu sempre sou levada de volta ao lugar de onde vim. Nunca vou me encaixar onde eu gostaria, e ter esperança só faz com que eu me sinta vazia depois. Tudo dentro de mim é apenas asco: Gostaria de poder apagar todas as memórias ruins, ou confiná-las num lugar em que eu não precise revivê-las, nunca mais. 
Preciso de um objetivo, preciso de algo para buscar. Preciso de uma nova aventura. Ou de uma velha.
Desde que eu possa estar com você.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

 Tenho uma sensação tão estranha quando olho o mar: Lembranças de um passado mais triste, porém, excepcionalmente mais feliz do que agora misturam-se ao desgosto, ao desapontamento e à amargura ao ver minha nova realidade. Quebrada, sem vida, fui banida da terra dos vivos, mas, não estando morta, não posso ficar na terra dos mortos, tampouco. A que lugar pertenço, então? 
 Se não fosse tão descrente de tudo, diria que é o destino que me leva sempre ao vazio. Seria mais nobre do que culpar alguma criatura divina, isto você tem que admitir. Tenho agora por companhia apenas pensamentos e sonhos que me torturam, vontades e desejos que não posso realizar, e a dor, a dor que deveria estar me acompanhando a todo momento e a todo lugar, há tempos me abandonou. Estou me sentindo tão sozinha, tão isolada. De que adianta fingir? Nada tenho a oferecer, nem para mim nem para ninguém. O copo não está meio cheio, como dizem os otimistas. Não há paz no meio da escuridão.
 Mas tudo isso é tão estúpido! Posso lutar contra a maré, mas sei que já estou me afogando, e aqui, não há viv'alma para me ajudar. E, mesmo que tivesse, alguém viria em meu socorro? Eu mesma não me ajudaria. Então, caro carrasco, deixe-me parar de respirar aos poucos em agonia, deixe-me ficar no meu pedaço de eternidade.
Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.

sábado, 18 de junho de 2011

  Sei que as coisas não vão ficar bem, é claro, elas nunca ficam. Mas esse atolamento de fatos foi desnecessário. Não precisava saber, por exemplo, o quão apaixonado você está. Deus, essa coisa de melhor amiga é um saco, será que isso não é suficiente para provar todas as vezes que eu disse que não existe nenhum ser divino? Ou talvez exista, e ele tenha um senso de humor perverso. E com certeza ele gosta de matar aos poucos, diverte-se com isso, mas, a quem quero enganar? Me divirto enquanto me mato também. Eu preciso de dor para sobreviver,  e o simples fato de uma dor maior substituir a outra quando passa é a simples prova disso. Felicidade e paz de mente não foram feitas para mim. E sempre digo, seja uma boa garota, não siga seus instintos, mas esqueço no dia seguinte meus avisos próprios e lá estou eu, me cortando, cega, sem uma lágrima sequer. E cigarros, é claro. Maços e maços de cigarro. Digo, quando comecei a fumar? Quando passei a fumar tanto? Aos vinte já terei um câncer. Aos trinta, meus pais enterrarão meu corpo. É como se todo o meu futuro ja estivesse programado por esse pequeno diabo em minhas mãos, esse diabo que está em todos os detalhes. 
   Faremos o seguinte: Dormiremos até amanhã, depois beberemos uma boa dose de Whisky de um malte, oito anos, e então, somente então, procuramos a dor de novo.
  Fechado?










Deus, como isso dói

Uma duvidazinha

Quantas vezes dizemos a verdade
e morremos por causa disso?

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Só queria destruir algo belo

"Tive vontade de meter uma bala no meio dos olhos do panda que não quisesse transar para salvar sua própria espécie e de cada baleia e golfinho que desistisse de lutar e encalhasse na praia. Queria abrir as válvulas de descarga dos super petroleiros e destampar os poços de petróleo em alto-mar, eu queira matar os peixes que não pudesse comer e acabar com todas aquelas praias francesas que eu nunca vou conhecer.
Desejei que todo mundo chegasse ao fundo, tive vontade de por fogo na floresta amazônica , queria injetar CFCs direto na camada de ozônio, Queria respirar fumaça. Tinha vontade de destruir algo belo."
[Fight Club]

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Me enterrei tão profundamente e por tanto tempo dentro dessa máscara, que esqueci quem sou por trás dela. Que vocês fiquem com o meu fingimento, então.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Lembranças

  Sinto tanta falta da dor... Era mais digna do que essa falta de sentimentos, esse vazio que eu tento preencher todos os dias e não consigo. Não lembro mais sequer como era sentir. O passado está mais distante do que deveria, está escapando da ponta de meus dedos, está indo embora. E tudo o que tenho agora são as lembranças, se eu perdê-las, o que sobrará?
  Há restos de comida na sala, garrafas vazias e maços de cigarro amassados no quarto, camisinhas usadas no banheiro, e não consigo me lembrar de nada disso. Ou sentir algo, seja nojo, incompreensão, raiva, culpa. Dor. Ah, dor... Como pode me abandonar, quando apostei todas as minhas fichas em você? Você era tudo o que eu tinha! Agora me diga, o que vou fazer com todo esse vazio que me consome? Que utilidade isso terá? Diga-me agora, dê-me um pouco de esperança, porque a realidade também tirou-a de mim. Dê-me mentiras que valem a pena ser contadas e recontadas, dê-me um pouco de tristeza, de sentido, e covardia. Dê-me coragem para ser covarde. Volte para mim... Eu lhe imploro. Há tanta verdade no escrito, silenciada nas entrelinhas por não ter mais onde ficar. Dê-me algo para escrever de novo. Dê-me algo concreto, minha cara, porque eu quero voltar a sentir.

domingo, 22 de maio de 2011

 Ele se foi, e ela permitiu-se ser feliz. Buscou felicidade nos passos da dança, nas aventuras da literatura, na arte da escrita, nas ondas da música, sem nada encontrar. Dispensou segredos, aceitou bebidas, cigarros, filmes sem conta. Até tentou um ou dois namorados, mas ali não  havia nada também. Decidiu, então, que o não fazer e a solidão eram a mais fina forma de felicidade, e assim seguiu.
   Se nada faltava, por que esse sentimento indefinido a corroía?
   Cansou-se de procurar respostas. A arma disparou no dia seguinte. A morte era a felicidade.

domingo, 15 de maio de 2011

  E por que eu deveria confiar em você, conversar com você? São dois estranhos vivendo numa casa, quatro paredes insuportaveis, uma jaula que parece diminuir a cada maldito dia que passa. Eu estou tentando tanto, é visível, mas e quanto a você? O que irá fazer a respeito disso? E dessa vez, eu falo sério. Estou cansada de não sentir nada, ou de sentir demais. Se essa história não tiver fim, o fim será nosso. Nós pereceremos. Não precisamos nos destruir... Basta de mortes e mortes e mortes, todos os dias, todas as horas. Mal conseguimos nos olhar, e arrependimento sincero não vai mudar a situação. Essa relação é nosso veneno, baby. Estragou-nos, acabou com quem éramos. E éramos tão bons! Não havia lutas invisíveis, havia somente a rotina, que era boa conosco. Havia somente a procura pela paz, não essa guerra interminável, em que ambos perdem. Não haverá vencedores. 
 Será que morremos no momento em que nos conhecemos? No maldito momento em que nos tocamos? 
 Será que estamos mortos, pesos na terra, enquanto outros querem viver?

domingo, 8 de maio de 2011

Imaginary

No meu campo de flores de papel


E doces nuvens de canções de ninar



Eu minto dentro de mim mesma por horas



E assisto meu céu roxo voar sobre mim

domingo, 1 de maio de 2011

... Passava os dias presa dentro de mim mesma, fugindo de toda a liberdade que eu tinha conseguido. E a dor não passava, nem as lembranças. E todos as noites, quando a insônia me vencia e eu levantava da cama para tomar café, me perguntava o que estava fazendo de errado. Nunca obtinha resposta.

Tratado sobre o certo e o errado

Não sou otimista. Sempre que alguma coisa está muito boa na minha vida, sempre que estou feliz, fico pensando no quão desesperador seria perder isso, e eu sempre perco. Cedo demais. Fui sincera desde o começo. E você, ignorando minha nobre atitude, só mentiu. Aceitei suas mentiras. Acolhi-as, como uma mãe acolhe um filho. Fingi não ver a guerra fria que estava bem diante de mim. Não fugi. Não chorei. Sequer pensei em maneiras de mudar minha situação. Me cedi a você. E o que recebi em troca? Um punhado de desapontamentos e cortes profundos em minha carne, em meu cerne. Eu fiz do seu jeito. E sei que vou continuar fazendo, independente do quanto eu me esforce para cortar meu coração em vários pedaços para que ele não se reconstrua, e não recorra à você. 
 Por que tem que me curar, todas as vezes? É prazeroso me destruir, de novo e de novo e de novo? 
 Ótimo, que façamos como você quer, então. Tenha seu prazer, me faça sentir dor, mas mate-me depois.
 Temos um acordo?

quinta-feira, 28 de abril de 2011

   Não posso me desculpar. Estou apenas com um coração adoecido, uma mente enlouquecida e uma alma podre.  Isso não significa que eu seja culpada. Podem me culpar por tal insanidade, mas não por meus erros. Gostaria tanto de ser como vocês... Mas eu me enganaria o tempo todo, e só o que vocês sabem fazer é mentir.  Quem será o carrasco que me condenará por fugir de mentiras? Não posso fugir do que sinto, estes pensamentos suicidas estão entranhados em mim, solitários, vingativos, esperando o momento certo de agir. Sou uma fera ferida. Não posso simplesmente me ignorar, mas também não posso ignorar vocês, então, o que querem que eu faça? Já estou desistindo de tudo, estou desistindo da minha vida! 
 Qual será a próxima crueldade? Não podem mais me atingir. Já cheguei ao ápice dessa dor, que dilacera tudo por onde passa. Cérebro, nervos, coração... De que vale tudo isso? Qual será o fim de toda essa batalha épica que travamos há tantos anos? 
  Luto contra vocês ou contra mim? Corro de vocês ou corro de mim?
  Ah, doce ilusão da inocência. Volte, e me traga a felicidade outra vez.

domingo, 24 de abril de 2011

Quando você se torna uma vagabunda, dessas que roubam os namorados das "boas meninas", quando começa a transar com o primeiro que aparece, por puro prazer, descobre como é bom. E não quer mais parar.

domingo, 17 de abril de 2011

sábado, 16 de abril de 2011

Secret door

Você nunca sabe o que faz! Tem noção de como isso é estúpido? Fica só falando bobagens, um ator tão natural que chega a enojar. Acha que está tudo bem se só contar a verdade, tudo o que sempre lhe pedi, mas eu queria a verdade por completo, não uma verdade atuada. Porque você sabe, meu caro, que meias verdades são mentiras inteiras, e não estou aqui para ter isso. Estou aqui para acabar com você, para acabar comigo. Você se acha tão incrível, mas na verdade, é só um estúpido. Acredita mesmo que a sua realidade é assim tão diferente da minha? O cigarro é a única coisa que nos diferencia. Pode ser superior o quanto quiser, mas está em decadência, como eu. Pior, está em decadência sob influência, não consegue nem ser você mesmo, quando mais precisa. Não se iluda, eu não vou mais mentir para mim, eu sei o que sinto, e não vou esconder. Nunca escondi. E ódio não vai me alimentar, assim como amor não me alimentou. Eu quero paixão. Intensidade. Loucuras. Nada de tédio nos sábados, eu quero diversão. Dançar até me acabar. Ouvir todas as músicas que gosto como se fosse a primeira vez. Transar como se fosse a primeira vez. Mas eu sei o que faço. 
  Não se esconda mais, caro perdedor. Não sou sua carrasca. Não sou sua amiga. Sou sua insanidade.
  Bem debaixo de seus nervos.
  Quem vai se arrepender agora?

Despedida

 Tenho estado tão fraca, que mal suporto meu peso. Mal suporto minha mente. Está tudo perturbado, atormentado, sangrando, sem parar, como posso aguentar?
 Então eu te sinto, do meu lado, embora eu tenha tomado todas as decisões erradas, todos os caminhos que me deixavam longe de você. Divide um cigarro comigo. Sorri aquele sorriso abençoado que nem mesmo os deuses conseguiriam imitar. Mas tem sido tão difícil entender que vou perder esse momentos, que vou perder você. Me abandono abandonando você, me deixo nua na esperança de que enxerguem que eu quero ficar aqui, do seu lado, ouvindo suas bobagens, brincando com o perigo, com você. Simplesmente me deixar levar. Ou levar você.
  Desculpe se minhas palavras vieram tarde demais, mas eu não poderia fazer diferente. Precisava desse tempo, pra entender o quanto eu te amo, o quanto amo sua loucura. O quanto eu preciso de você. É sim, uma necessidade incondicional, da qual não me envergonho de admitir. Quantas vezes você me tirou do fundo do poço? Quantas vezes me colocou acima de você, para que eu não me afogasse nessas águas sujas? 
 Ah, minha querida. Eu morreria por você. Eu me mataria por você. Obrigada por devolver meu mundo. Obrigada por deixar-me fazer parte do seu.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Eu cansei das falsas intenções

Então é sobre tudo isso que se resume? Você é apenas uma garota mimada, que está perdendo tudo. Better, jogando tudo fora. E você sabe por quê? Porque não sabe brincar com a comida, antes de comer. Não sabe blefar. Está se arriscando num jogo de poder em que sabe que vai perder, e mesmo assim joga. Não é auto-destruição, aquela coisa bela de morrer e blá blá blá, isso é estupidez. Só porque transformei no caos suas doces ilusões, não significa que eu não vá lhe dar novas mentiras, que eu não vá lhe enganar novamente. Porque acredite, na primeira oportunidade, eu vou. Matarei todos os seus sonhos, te deixarei tão vazia quanto um morto, te farei ver o valor do cérebro, de nervos e de coração pulsante, esse coração que você tanto maltrata, que tanto esmaga sem ele nada lhe ter feito. Eu vou te destruir, para que você possa se reconstruir de novo, e do jeito certo, dessa vez. E é melhor você mudar, minha cara, antes que fique sozinha. Não, não direi "antes que fique como eu", porque eu ainda tenho chances, ninguém precisará me matar. Eu consegui entender, sozinha. 
 E céus, eu te dei tudo o que pude, te dei todas as minhas lágrimas, depois todos os meus amigos, e então todo o sentimento que eu tinha, toda a diversão, todo o alcoolismo e toda a insanidade, e por que nunca foi suficiente? O que eu terei que te dar agora? O resto de minha vida? Só me diga, conte quais são suas intenções, e entraremos num acordo. Eu cederei. Te darei o que quiser. Irei para o purgatório por você, se precisar. Mas não me deixe em sombras. Não fique em sombras, porque eu preciso te enxergar. Preciso sentir sua força vital, preciso ver que você ainda está viva, e tentando. Não pare nunca. Porque, quando você parar, eu te matarei.

domingo, 3 de abril de 2011

Das citações

Ainda que dentro de mim as águas apodreçam e se encham de lama e ventos ocasionais depositem peixes mortos pelas margens e todos os avisos se façam presentes nas asas das borboletas e nas folhas dos plátanos que devem estar perdendo folhas lá bem ao sul e ainda que você me sacuda e diga que me ama e que precisa de mim: ainda assim não sentirei o cheiro podre das águas e meus pés não se sujarão na lama e meus olhos não verão as carcaças entreabertas em vermes nas margens, ainda assim eu matarei as borboletas e cuspirei nas folhas amareladas dos plátanos e afastarei você com o gesto mais duro que conseguir e direi duramente que seu amor não me toca nem me comove e que sua precisão de mim não passa de fome e que você me devoraria como eu devoraria você ah se ousássemos.
Caio Fernando Abreu.

sábado, 2 de abril de 2011

    Um cigarro, depois outro, e outro. São tantos que já perdi a conta. A cabeça dói, o pulmão implora pra parar, e eu continuo matando tudo aqui dentro, porque não vale a pena salvar nada. Não tenho mais sentimentos. Não sinto mais nada. Nem mesmo dor. Por que continuar, então?
    A fome de viver anda tão grande que acho que nunca mais vou saciá-la. Todas as minhas escolhas me levaram à esse caminho, então não posso reclamar. Sequer me arrepender. Só o que posso fazer é sentir essa tontura gostosa que a nicotina me proporciona a cada tragada, a cada minuto mais próximo da minha morte, do meu inferno ou do meu paraíso. Quem sabe? Certamente, não eu, escritora de tantas histórias malditas, de tantos sentimentos falsos e de tantas visões mal-escolhidas. Posso me desconectar de tudo, mas o que eu vejo vai estar sempre na memória, esperando o momento de me atormentar, de me fazer escrever. Mas estou tão cansada de escrever. Tudo o que eu queria era me livrar desse vício, meu maior vício, pra poder ser normal. Fazer uma faculdade. Encontrar meu futuro marido em um dos corredores. Terminar meu curso. Casar. Ter uma casa cheia de plantas. Ter um filho aos 28. Mas eu nunca vou ter isso, porque a minha vida é escrever a vida dos outros. Quando, onde, isso teve algum sentido? Me sinto completa narrando, mas me sinto incompleta por não ser contada. Se é isso que chamam de destino, é uma merda. Destinos não deveriam existir. Destinos deveriam ser desculpas idiotas, ou cristãs, para simplesmente deixar tudo de lado, "deixar as coisas acontecerem". E sempre "acontece", porque eu nunca consigo mudar. Nunca consigo fazer minhas próprias escolhas, decidir o próximo passo. Estou sempre no escuro. Sempre fingindo que não estou me importando, mas tudo me atinge tão intensamente que não consigo suportar. Eu poderia mudar de planeta, e a droga desse tal destino me perseguiria. Provavelmente ele mesmo me mandaria para Marte,Vênus, Saturno. E eu continuaria escrevendo sobre os outros, e nunca sobre mim. E eu sempre me pergunto, as pessoas são fracas demais para escrever sobre si mesmas que precisam de mim, ou eu sou fraca demais para escrever minha própria história? Vivo o tempo todo de ficção, as pessoas são meus fantoches, meus personagens. Crio-as a partir de pensamentos insanos, me envolvo, abandono, parto pro próximo.
Mas, afinal, qual é a minha história?

domingo, 27 de março de 2011

Tardes de domingo

Somos dois malditos, presos um ao outro por correntes inquebráveis. Quando eu digo que te conheço melhor do que você mesmo, é verdade. Te conheço melhor do que a mim. E toda essa loucura em que nós vivemos, todos esses pequenos momentos de música, álcool e sexo só mostram que não há mais nada a fazer, é melhor desistir de ficar longe, porque nunca vamos conseguir. Fomos designados um ao outro. Por culpa de terceiros, estamos assim, ligados. Nenhum de nós tem o que quer, é por isso que temos um ao outro. Solidão. Necessidade. Compreensão. Nos enchemos de tesão, nos completamos, fazemos exatamente o que esperamos um do outro. Fazemos surpresas. Escondemos o que sentimos e pensamos às vezes. Gritamos verdades, nos matamos, choramos. É por isso que você me ama. Você precisa de mim.

sábado, 26 de março de 2011

Das súplicas

Esperando por mais um corte ou uma queda definitiva, apodreço nesse poço de lembranças, sonhos e mentiras, como uma criança mimada, uma doce solitária enclausurada em seu próprio inferno. Luto guerras que não são minhas, sinto dores que não me pertencem e corro atrás de sonhos que não são meus. A troco de que, meu Deus, fazes isso comigo? Qual pecado capital cometi para receber tamanho tormento, tamanho castigo?
  Por que tenho que sentir tanto?
  Deixe-me viver somente minha vida, querido carrasco, tire todas essas pessoas de dentro de mim. Pare de me esticar, de me testar ao máximo, de extrair cada gota de suor e de súplica do meu mais íntimo desespero. Deixe-me participar da vida sem estar dentro dela, deixe morrer em mim o desejo de morrer, deixe-me morrer.
  Só lhe imploro, querido diabo, deixe-me ser, somente sendo.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Um pequeno fato sobre a autora

Acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraca para entrar”
Caio Fernando Abreu 

domingo, 20 de março de 2011

É claro que você não me quer. O fato de eu não estar afim de transar com você já se torna um excelente motivo pra afastamento.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Uma verdadezinha

Você não consegue matar sua fome. Nem bebida, nem comida, nem mesmo sexo preenchem o vazio, porque, por dentro... Você já morreu.

terça-feira, 15 de março de 2011

Me diga, por que mereço morrer? Os males foram grandes, é verdade, mas não foram tão exagerados. Nada que um pouco de sangue não resolva. E, claro, um pouco de dor.
Qual vai ser o tamanho do seu sacrifício?
 Por que, caro carrasco, eu mereço mesmo morrer?
 Qual a utilidade de tal morte?
 É tanto ódio... Tão frágil, tão sensível. E enquanto você se passa por brinquedinho social, a matança começa, incontrolável, insaciável.
 Vamos jogar pôquer com a morte?
  E o que apostaremos? Nossas vidas e nossas almas são insignificantes demais, ela jamais aceitaria isso.
  Dinheiro? Puft.
  O que poderia ser então?
 Ah.
 É óbvio.
 É aí que a dor entra.
 Quanto sangue será necessário?
 Oh, eu fiz tanta bagunça, eu sei! Desculpas não vão adiantar, não vão resolver o problema, não irá devolver ou purificar o seu sangue, mas não consigo evitar, minha boca tem vida própria, esqueceu-se de mim.
  Então, acha que poderia tomar tamanha ousadia como coragem, e perdoar-me? Sei que me acha insana. Sei que tentei fugir de toda essa insanidade, sem conseguir nada mais do que doses extras de dor. 
  Então, agora você fugirá de mim? Tem que entender, tem que fazer isso, e agora, antes que seja tarde, antes que seja amaldiçoado também. Antes que morra por dentro.
  Como eu.

domingo, 13 de março de 2011

"Eu quero chafurdar na dor desse ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodca, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, ginseng e lexotan, depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a banchá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina e ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum pana qualquer choramingando coisas do tipo preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-essa-razão só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá e me lamurio até o sol pintar atrás daqueles edifícios sinistros, mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?”
(Caio Fernando Abreu)

sexta-feira, 11 de março de 2011

I like your smile, I like your vibe

  Eu queria tanto que você entendesse... Queria tanto que aceitasse. Não há nada que eu possa fazer por isso, porque eu jamais aceitarei essa opinião barata, ultrapassada. No fundo, tenho mesmo orgulho do que sou, do que estou me tornando. E a verdade é que você não aceita minha personalidade, não aceita que eu tenha personalidade.
  O que o futuro reserva para nós?
  Sinceramente, acredita mesmo que eu ficaria parada no tempo, como todos? Que eu não usaria minhas idéias para seguir em frente, que eu não seria honesta o tempo todo, que eu jamais deixaria ninguém me conhecer?
  Pobre pateta. Com todas essas idéias, você poderia ter nascido em outro planeta. Tão ridículo... Até eu, em meus adolescentes 17 anos, enxergo a besteira que está surgindo de todas essas conversinhas sem nexo. 
  De que adianta fugir? Vê, estou cortada, sangrando, e estou tão bem quanto você jamais estará um dia. É a certeza de que eu vou sim ter um futuro, uma vida, tudo o que eu quero, que faz seu ódio crescer, sua raiva, sua dor. Eu poderia colocar um universo de distância entre nós, que não seria suficiente. Mas estou tão cansada desses desabafos, tão cansada de nunca chegar a lugar nenhum, tão cansada de você, de todos vocês. 
  Se apenas tentassem parar de me mudar, se eu parasse de tentar me mudar...
 São carrascos demais, ceifadores demais. Chega de tirar minha vida, caros senhores, e chega de me transformar em cópia de vocês.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Where No One Knows

E você consegue tentar lutar tudo isso que você quer
Mas eu não estarei lá quando você estiver totalmente sozinho(a)
E essa nova estação traz consigo sinais de esperança
Você pode me deixar esperando no telefone

E eu sei que há
Algum lugar que eu posso ir
Onde, onde ninguém saiba meu nome

E eu continuo lembrando o som da sua voz
Embora todo o seu silêncio continue chamando tão claramente
Você acha que eu ligaria apenas para escutar seu suspiro?
Você sempre soube que apenas um mundo secaria todas as minhas lágrimas

E eu sei que há
Algum lugar que eu posso ir
Onde, onde ninguém saiba meu nome
Ninguém saiba meu nome
(Dallas Green)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Um último pensamento

Tudo o que eu preciso está nesse pequeno vidro, aqui na minha mão. A minha tão desejada fuga, o meu mais intenso orgasmo, o meu maior amor, a minha mais louca paixão, a maior adrenalina,o exato ponto entre vida e morte. Mas o que eu queria, o que eu queria mesmo, não consegui encontrar.
Paz.
Por que ela não aparece nem mesmo no fim?
Uma pílula.
Mais uma.
O vidro acaba.
O que faço agora? Espero?
Como devo morrer? Deitada? em pé? De olhos fechados?
E a despedida, devo fazer uma?
Eu sinto muito. Fui fraca, e tola. Adeus.

domingo, 6 de março de 2011

   Tenho escutado seus gritos há tanto tempo... Não penso mais neles, acostumei-me, e assim tapei os ouvidos.
   Por que tudo parece mais alto agora?
   Há tanto para falar, mas ninguém para ouvir. Foi você que procurou isso, querido? Você que se jogou dentro desse abismo?
   E depois de tanto tempo tomando coragem para me contar, eu desistisse de ouvir sua história? E se depois de meses a fio suportando a dor, você finalmente morresse?
   Qual seria o preço da sua derrota?
   Palpites, palpites. Damos os nossos como lances num leilão, esquecemos a sensatez como num jogo com cartas marcadas. E enquanto eu te enlouqueço com minhas perguntas, o apocalipse queima o mundo lá fora, apagando todas as memórias, todas as insanidades. Me pergunto se nossos corpos serão os últimos a perecer e nossas almas, as primeiras mandadas ao inferno. Mas, honestamente, faz diferença? Já nascemos condenados. Já sabemos o nosso destino. E o aceitamos.
   Como porcos indo para o abate.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Pain game

    Eu não tenho sido uma boa menina? Uma boa aluna? Tenho feito tudo o que mandastes e aprendido tudo o que ensinou. Te dei meu sangue de bom grado, junto com meu cérebro e meu coração. E nada pedi além de mais regras, de mais ordens.
    Por que me abandonaste assim?
    A morte me aguarda, querido, e vou para o inferno com toda a sujeira que você deixou. Que belo futuro... Com estes pulsos cortados e essa alma sangrenta, nada posso esperar além de dor, e desespero. Condenação eterna por um erro de poucos minutos.
    Quanta insanidade! Quanta estupidez! Não importa o quando eu fuja da realidade, no fim, ela vai me alcançar, e então pagarei por todos os meus pecados, e todas as minhas bençãos serão banidas, ou pior, esquecidas. Não importa o quanto eu me esforce, vou continuar aqui parada, insegura, indecisa, esperando alguém me dizer o que fazer.
    E você, sabe o que fazer?

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Thank you for the venom

Quer saber? Já chega. Chega de mentiras, elas estão me enlouquecendo há tempos. Chega desse jogo de poder que só desgasta, chega de você. Pode ficar com a minha vida, afinal, eu nunca fico muito tempo com as mesmas coisas, sempre enjôo fácil, assim como enjoei de você. Fique com tudo o que tenho... Sinto espasmos de excitação só de pensar que vou poder começar tudo de novo, conseguir coisas novas, mudar de fase. 
E quanto a você, sweetheart, vai ficar aqui por quanto tempo?
Por quanto tempo sua vida vai estar no fundo do poço?
Recomeçar... RECOMEÇAR! Tem noção da beleza? Da adrenalina de poder fazer isso? É tão incrível que mal consigo encontrar palavras para descrever a sensação. 
E são tantas.
Voar de novo, e dançar de novo, e sorrir de novo, e é tão bom desse jeito, tão melhor assim!
E você pode tentar, mas vai sempre mentir, sempre enganar... Então que todos vão para o inferno, e me deixem sozinha na terra, no meu inferno particular.
Porque é nele que tenho que recomeçar.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Maldita dor de cabeça, que não me deixa pensar. Já me indicaram coca-cola, café, travesseiros, minha cama. Mas nada disso vai resolver, é como se uma mão estivesse me prendendo, me sufocando. 
Não é irônico a cabeça só demonstrar de vez em quando o que sente o tempo todo?
Talvez não. Banal, sim, mas não irônico. E todas essas viagens, boas ou más, acabam cansando, sempre. São tantos horrores ao redor, tantas opções para acabar com isso, tantas opções para acabar com si mesmo. Acha que é fácil ter tanta lucidez? Acha que suporto toda essa minha ousadia, toda essa coragem de mostrar o que penso? Em momento algum foi fácil, então por que diabos não desisto de uma vez?
Você prometeu, você me disse, você disse para todos.
Droga de erros estúpidos! Droga de sentimentalismo barato, vendido aos potes em todos os lugares, droga de pessoas que não sabem nunca o que querem. Droga de mundo. Droga.
Com o coração escravizado, ainda espero um sinal vital de você.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

'Cause I tried, but... I lied

OUTRA MENTIRA! Quando diabos você vai se cansar de mentir? Quando vai parar de se enganar, de ter essa auto-piedade maldita que só te afasta de todo mundo? Quando vai aprender?
Talvez todos tenham razão, e eu é que tenho que aprender. A não me importar. A deixar você se cortar. Mas é tão impossível. Minha mente dói só de pensar em ver qualquer parte sua ferida. Mas uma hora esse sentimentalismo vai cansar, vai todo mundo se foder e vamos nos casar com quem der. Se der.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Existe um limite, embora tênue, entre a sensatez e a insanidade. E, insensivelmente ultrapassamos essa linha hoje.
Quebrado. Alterado. Usamos corpos como desculpas para nossos erros, nos deixamos levar por problemas que não nos condiz.
Então, você quer que eu use você?
Pobre babaca insensível, pobre solitário suicida. Você não entende... Não posso ficar igual àqueles que desprezo, isso me mataria. E você sabe que pequenas ações são o que faz o meu coração bater
O que você oferece é grande demais.
Pesado demais.
Quem gostaria de ter essa responsabilidade?
Se mal suporto a minha liberdade, como pode esperar que eu aguente a sua também? Se mal suporto ser quem sou, como espera que eu aguente ser alguém pra você?
Não espere nada de mim, não corte-se à toa. 
Tudo está tão vazio em mim.
Não há nada para oferecer-te, além de sangue.
E meu sangue é tão sujo, querido. Uma mancha podre. Um vírus, que ninguém mais deve tocar.
Por que diabos não acredita em mim?
Ah, meu querido. Um dia, verás quão carrasca eu sou.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Cause soulmates never die

Pensei em escrever ficção, mas a realidade estava implorando demais para ser escrita.
Então, como começar o que você já destruiu?
Pois bem. Se o escrito a seguir será real, que comecemos logo, assim como a vida começa, sem mais nem menos.  Diga-me, o que sente quando usa aquilo que você despreza e que te ama? Você mal tem 19 anos, e já tem sonhos de idiota. Esqueceu-se de si mesmo.
Era isso que você queria quando entrou de cabeça nesse suicídio?
Nada do que disser, ou fizer, vai cicatrizar os cortes de agora. Você diz que só se fode como se isso fosse a coisa mais legal do mundo, como se ficar mal fosse incrível. Mas não é. Porque você não está mal, está fazendo com que as pessoas fiquem mal por você.
É fácil se prender em promessas vazias quando a realidade bate à sua porta. É fácil fechar seus doces olhinhos verdes para tudo, mergulhar dentro de si, morrer de paixão, morrer por uma mentira. Porque tudo o que você viveu até agora foi uma mentira. Mesmo os seus sentimentos não são claros, límpidos. 
Por que não assume logo o que quer? Por que não diz o que pretende? Solte uma verdade ao menos uma vez, diga realmente o que está pensando. Tire a venda de seus olhos.
Olha ao redor.
O que você vê?
Não há tanta dor, coração. São só suas mentiras ruindo.