terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sem sentido

[...]
Tudo o que cativei
Todo o meu fascínio por destruição
Todas as tentativas infrutíferas de ser feliz
Tudo se foi... Assim como todos os sentidos

O que não entendo é como pude abandonar a morte
Minha e tão minha amada morte
Por algo tão vazio, algo como a vida.

Pois você me acha patética
Pois me abro inteiramente com você
Mas não acharia se esse poema
Você parasse pra ler

Faça-se de superior, ganhe-me com seus argumentos
Sempre adorou me fazer de babaca
Ganhe esse debate, termine com seus tormentos.

Mas a verdade
É que lá no fundo... Você é tão sujo quanto eu

sábado, 27 de novembro de 2010

Um último suspiro

Saudades de quando eu não era nada, de quando o dia ainda me importava, de quando eu tinha coragem. Saudade de quando covardia era sinônimo de piada, de quando tudo era verdade, mesmo na ficção. Saudade dos sonhos realizáveis. Saudade de saber o que fazer. Saudade de ser importante, mas não ser destaque. Saudade do amor simples. Saudade de não ter essa vontade compulsiva de escrever. Saudade de ser mais honesta. Saudade as crônicas, e não dos romances. Saudade de ver o Jabor na TV. Saudade de ficar a tarde toda lendo Luís Fernando Veríssimo. Saudade de achar que um dia eu teria o talento deles. Saudade de não sentir pena de mim. Saudade de mim mesma. 
Em que esquina perdi o pouco de humanidade que ainda me restava?
Acho que você é o fim de tudo.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Can you feel my love buzz?

Muito, muito fácil ficar sozinha. Esconder-me? Brincadeira de criança. Formidável ver como essa cena piora pouco a pouco e faz com que eu perca. Tudo de novo. Por que não coisas diferentes, por que ficar martelando na mesma pulsação de dor?
É um alívio saber que posso seguir em frente, mas desesperador não saber se vou conseguir. Causticante não saber se quero seguir. Fiquei vendada por tanto tempo, que a luz não me reconhece mais. Sou uma total estranha de novo, uma deficiente tentando me habituar com a nova situação.
Disseram-me, então, que parecia que eu havia saído de um enterro. Devia eu ter matado a dor em mim? O enterro era meu? Minhas ações, meu corpo demonstram isso. Eu estou em paz. Mas isso não é real, e logo vai passar. A dor, a dor sim era verdadeira, e esteve comigo por todo esse tempo. Por que abandonar minha única e mais fiel amiga agora?
Sentidos aguçados demais, olhos abertos demais, coração parado demais. Você pode sentir meu amor zumbir?

domingo, 21 de novembro de 2010

Estou aqui, diante de uma folha de papel, com tantas idéias que não sei como descarregar. Sem saber como dizer a verdade, como ouvi-la. Amar e destruir são verbos tão semelhantes que eu poderia dizer que são a mesma coisa. Ou, então, uma sucessão de acontecimentos. E também, ambos dizem a mesma coisa: nada. É sempre vazio, sempre supérfluo, sempre egoísta. Disseram-me que sou uma folha em branco, mas talvez eu prefira assim, talvez eu queira que cada um escreva a sua história, e não conheça a minha. Talvez eu não tenha uma história. Sou formada de esperança, e sobre isso... sobre isso não há o que dizer. São só incertezas, todo o tempo, e isso muda. Ou talvez eu seja igual à todo mundo, e vejo que ninguém nunca tem nada a dizer. São todos folhas em branco, esperando por outras histórias, sem conseguir. E seria tão mais simples se simplesmente  soubessem ver a verdade, se quisessem ver a verdade. E novamente, sou como todo mundo, e me deixo levar por palavras vazias, no calor da emoção. E tomo doses e mais doses de nada, me preencho de vazio, e acho que está tudo bem ficar assim. E as coisas vão continuar assim, porque sou fraca demais para ficar presa nisso, mas fraca demais para seguir em frente. Desejo não é o mesmo que necessidade, amor não é o mesmo que mentira e você... você não é quem eu pensava ser.
Idéias, idéias. Quantas delas serão necessárias para escrever alguma coisa decente?

sábado, 20 de novembro de 2010

Protect me from what I want

Às vezes eu queria não gostar tanto de sentir dor. E tudo porque sou fraca, eu não aguento muito tempo, e sempre perco meus próprios jogos, sempre me perco dentro da minha mente. E não importa o quanto eu caia, eu sempre vou querer cair mais. 
Quando o vício vira doença?

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Voltando para o lado errado da força

Esta noite eu sou meu próprio Deus, e vou cuidar de mim. Esta noite vou sair, me distrair, esquecer. Com um copo numa mão e um cigarro meio apagado na outra, vou brincar de morrer, vou me satisfazer sozinha, vou ser meu próprio prazer, só cérebro e nervos, nada de coração. Músculos trabalhando juntos, harmonia perfeita, respiração ofegante, sem parar, sem parar.
Nada de violências contra o meu corpo, não hoje; Estou liberta da minha bolha particular, estou vendo tudo claramente.
É estranho, sentir essa cegueira desanuviar; ou então, sentir-se tanto tempo isolada, ficar tanto tempo isolada, que agora, são tantas coisas pra ver, tantas novidades. Mas todas supérfluas. Só uma interessa, assim como só uma pessoa interessa, no mundo todo, no universo inteiro, na minha vida. É tão egoísta que fica até engraçado.
Veja bem, é muito tempo de desligamento. Não se pode recomeçar de onde parou, é impossível.
E um novo futuro, poderia ser feito?
ESPERANÇA ESTÚPIDA! ME DEIXE AQUI SOZINHA, ME DEIXA SOZINHA COM O MEU PRAZER, EU SOU MEU DEUS, EU FAÇO COMO QUERO, NÃO PRECISO DE NINGUÉM.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Take me out

Existem dias em que tudo te machuca: falar com a melhor amiga, ouvir as novidades, sair, beber uma cerveja no bar, ver casais apaixonados, ver tv. São aqueles dias em que a agonia toma conta de tal modo que, pra fugir disso, você corta cada pedaço escondido do seu corpo, pra ver se sente alguma dor diferente.
A resposta? Não, você não sente. Aliás, quando a dor dentro de você atinge esse nível, você não sente mais nada. O fogo é mais forte do que tudo, e você sente tudo queimando, o tempo inteiro, até a agonia passar e você continuar sua pobre vida normal. Mas eu estou tão cansada de vida normal, que honestamente, prefiro essa dor insuportável o tempo todo. Ela é tão, tão real, que eu me sinto viva, me sinto... nem eu sei. Eu estou aqui parada há tanto tempo, que qualquer coisa intensa é bem-vinda. As coisas que vejo são tão ilusórias, eu sou tão paranóica o tempo todo, que nem mesmo sei se você é real, se eu sou real. Papo filosófico, esse. Nada de filosofia também, estou cansada demais pra ter uma conversa normal.
Quando eu vou voltar a me sentir de verdade? Quando a cegueira dos meus olhos irá desanuviar, quando eu vou deixar de viver numa doce mentira?
Acho que nunca. Cada célula minha é formada por mentiras. Então, não acredito que isso vá mudar.

domingo, 14 de novembro de 2010

Vazio

O amor é tão cômodo! Muito mais fácil não esquecer o velho, o que não volta mais, do que aventurar-se em algo desconhecido. Facílimo congelar o tempo, ficar no mesmo ponto parada até a morte, porque você sabe exatamente o que vai acontecer. Um pouco de dor, certo masoquismo às vezes, um sexo barato num fim de semana estressante. Depois, bye bye, até outra esquina.
Nada surpreendente, não?
E, aqui, eu falo de todos, e todos fazem exatamente isso. Porque para o prazer e o amor, você sacrifica a tristeza, mas é perigoso demais, a felicidade é um monstro de muitas cabeças, que vai te dar o bote na primeira oportunidade. Não dá pra confiar, não é mesmo?
É incrível como alguém pode romper seu coração, no entanto, segue amando-o com cada um dos pedaços (que não são poucos). Não importa que você negue diante todos, sentir dor é sim mais fácil, é mais covarde sim, do que seguir em frente. E é exatamente isso que você, que eu faço. Ignoramos a verdade por completo, ficamos presos em nossa bolha particular, e não nos importamos com o que está lá fora, simplesmente porque não há nada la fora. Nada para anjos caídos, nada para a decadência. Estamos todos com as asas quebradas, consegue ver isso? Estamos todos mortos em vida, todos sem nada para dizer.
Esse texto é sobre nada, minha vida é sobre nada. Você é um nada.

sábado, 13 de novembro de 2010

Cogitação

Se eu morrer agora, se eu presentear-me com ela, a dor continuará, ou eu poderei enfim ter paz?
Ficar sem você dói mais do que mil queimaduras pelo corpo.

domingo, 7 de novembro de 2010

Anarquia

Hoje vou escrever um texto diferente, fora do padrão. Nada de suicídio, loucura, dor. Sem ficção, chega de falar das outras pessoas, hoje vou falar de mim. Ainda estou pensando se vou publicar isso, provavelmente não. Não estou afim. Aliás, não estou afim de fazer nada além de deitar na minha cama, e dormir até segunda-feira, quando a rotina insuportável começa de novo. Até quando vou ter que fazer o que é necessário, não o que desejo? Quando os meus sonhos serão prioridade? Eu vejo todos esses adolescentes presos numa fila, um seguindo o outro, nada de originalidade, nada que as faça respirar, viver, pulsar. Quando a sociedade voltará à sentir alguma coisa verdadeira? E ainda me perguntam porque escrevo ficção! Como se o mundo não vivesse numa ficção eterna, esperando que o que acontece nos filmes, nas novelas, se torne real. SEJA real, não espere nada cair do céu, vá atrás de seus sonhos. Nada do que acontece nas telas, nos livros, vai acontecer de verdade. Acho podre toda esse egoísmo, em que silicone vale mais do que cérebro. Ou pior, quando nada mais vale. Obrigada, caros cidadãos do mundo, por matarem por uma pedra, por uma moeda sequer. Obrigada, por matarem o planeta com seu capitalismo maldito, por esquecerem o que é a vida de verdade, por deixarem o pior para a minha geração, e para a próxima. Que tudo vá para o inferno, que todos vão para o inferno, sem hipocrisia, que venha alguma coisa real agora. Que o sentimento seja real, ao menos. Chega de corações de plástico, de vidas artificiais. Eu quero sentir sangue pulsar sob minhas veias, quero ver olhos brilharem, quero sentir a emoção emanar aos montes. Quando é que todos esses meus sonhos vão sair da lista de espera? Não quero ser só mais uma na multidão, e, quando chegar ao fim, não quero me arrepender de tudo o que fiz, e do que não fiz. Eu NÃO vou me arrepender.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Faça seu coração parar e esqueça de todo o inferno. Estupidamente falso, busque motivos para sentir dor. Sinta o prazer ao corta-se por inteiro, sorria, sorria, sorria.
Dor... Qual o sentido de tudo isso? Tanta intensidade na droga desse sentimento, tão estúpido sequer pensar que isso não vai ter um fim violento. Qual é a sensação de ser feliz? Não alegre, mas feliz, em paz. Que inferno todo é esse? Ora, faça-me o favor, quem sente-se assim de verdade? Quanta hipocrisia! Quem disse que um erro, um único maldito erro, pode condenar e acabar com uma vida? Ou melhor, e se não houver erro nenhum, apenas uma imaginação criativa? Kafka se orgulharia de tal fato, com toda a certeza. E ainda conseguiria fazer um belo final épico para toda essa trama. Com direito a muita agonia, confusão e ódio. Ou revolta. Ou ambos. Tanto faz, como o assunto foi se estender tanto?
Vai ver eu fui amaldiçoada, esquecida dentro do meu inferno particular. Ou talvez eu tenha sido abençoada, mas recusado, tornando-me assim uma excluída, um nada na sociedade. Sem escrúpulos, me entrego a todos esses desejos insanos, esquecendo de mim mesma no processo e mergulhando nesses sonhos perturbados que me fazem delirar, e nessa febre imensa de culpa e rancor eu caio, caio, caio...