terça-feira, 30 de março de 2010

"I'll get by,I'll survive...When the world's crashing down,when I finally hit the ground,I won't turn myself around,don't you try to stop me.
I won't cry."


Ando sozinha na chuva, com os pensamentos avoados. O papel está molhado, a caneta está sem tinta, porém continuo escrevendo. O vazio me preenche, me mostra quem sou de verdade, tão sozinha e perdida. As gotas caem pesadamente sobre meu rosto, e eu sinto cada uma, sem a mínima vontade de me mover, de respirar, de viver. Fecho os olhos e sorrio, sorrio pela minha hipocrisia, pela minha total desgraça. O sorriso se torna um esgar, a mente volta pro lugar e sinto frio. Me encolho o máximo que posso, tão pequena e solitária (novamente).
Cinco horas. O bar abriu.

Hora de encher a cara novamente.
Aulas. Que útil distração. Os minutos passam devagar conforme penso e escrevo. Cada palavra surge inesperada, uma após a outra, passo a passo. Essa fase tem um fim. Aliás, tudo tem um fim, o ser humano que se ilude achando que tudo é pra sempre. Pobres imortais. Ah, o sonho, a ilusão! Como eram doces ao enganar, como eram sutis com os detalhes. Como era fácil aceitar essa falsa felicidade, fingir que tá tudo bem, quando por dentro você está gritando, tentando se libertar.
E os sorrisos que vem, as lágrimas que caem, nada faz você ter forças. E tudo o que você mais precisa se perde, tudo o que te faz feliz desaparece. E não importa o quanto você tente, você vai continuar sozinho, sobrevivendo, ou lutando por sobrevivência. E nunca, nunca com paz.