sábado, 18 de junho de 2011

  Sei que as coisas não vão ficar bem, é claro, elas nunca ficam. Mas esse atolamento de fatos foi desnecessário. Não precisava saber, por exemplo, o quão apaixonado você está. Deus, essa coisa de melhor amiga é um saco, será que isso não é suficiente para provar todas as vezes que eu disse que não existe nenhum ser divino? Ou talvez exista, e ele tenha um senso de humor perverso. E com certeza ele gosta de matar aos poucos, diverte-se com isso, mas, a quem quero enganar? Me divirto enquanto me mato também. Eu preciso de dor para sobreviver,  e o simples fato de uma dor maior substituir a outra quando passa é a simples prova disso. Felicidade e paz de mente não foram feitas para mim. E sempre digo, seja uma boa garota, não siga seus instintos, mas esqueço no dia seguinte meus avisos próprios e lá estou eu, me cortando, cega, sem uma lágrima sequer. E cigarros, é claro. Maços e maços de cigarro. Digo, quando comecei a fumar? Quando passei a fumar tanto? Aos vinte já terei um câncer. Aos trinta, meus pais enterrarão meu corpo. É como se todo o meu futuro ja estivesse programado por esse pequeno diabo em minhas mãos, esse diabo que está em todos os detalhes. 
   Faremos o seguinte: Dormiremos até amanhã, depois beberemos uma boa dose de Whisky de um malte, oito anos, e então, somente então, procuramos a dor de novo.
  Fechado?










Deus, como isso dói

Uma duvidazinha

Quantas vezes dizemos a verdade
e morremos por causa disso?

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Só queria destruir algo belo

"Tive vontade de meter uma bala no meio dos olhos do panda que não quisesse transar para salvar sua própria espécie e de cada baleia e golfinho que desistisse de lutar e encalhasse na praia. Queria abrir as válvulas de descarga dos super petroleiros e destampar os poços de petróleo em alto-mar, eu queira matar os peixes que não pudesse comer e acabar com todas aquelas praias francesas que eu nunca vou conhecer.
Desejei que todo mundo chegasse ao fundo, tive vontade de por fogo na floresta amazônica , queria injetar CFCs direto na camada de ozônio, Queria respirar fumaça. Tinha vontade de destruir algo belo."
[Fight Club]

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Me enterrei tão profundamente e por tanto tempo dentro dessa máscara, que esqueci quem sou por trás dela. Que vocês fiquem com o meu fingimento, então.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Lembranças

  Sinto tanta falta da dor... Era mais digna do que essa falta de sentimentos, esse vazio que eu tento preencher todos os dias e não consigo. Não lembro mais sequer como era sentir. O passado está mais distante do que deveria, está escapando da ponta de meus dedos, está indo embora. E tudo o que tenho agora são as lembranças, se eu perdê-las, o que sobrará?
  Há restos de comida na sala, garrafas vazias e maços de cigarro amassados no quarto, camisinhas usadas no banheiro, e não consigo me lembrar de nada disso. Ou sentir algo, seja nojo, incompreensão, raiva, culpa. Dor. Ah, dor... Como pode me abandonar, quando apostei todas as minhas fichas em você? Você era tudo o que eu tinha! Agora me diga, o que vou fazer com todo esse vazio que me consome? Que utilidade isso terá? Diga-me agora, dê-me um pouco de esperança, porque a realidade também tirou-a de mim. Dê-me mentiras que valem a pena ser contadas e recontadas, dê-me um pouco de tristeza, de sentido, e covardia. Dê-me coragem para ser covarde. Volte para mim... Eu lhe imploro. Há tanta verdade no escrito, silenciada nas entrelinhas por não ter mais onde ficar. Dê-me algo para escrever de novo. Dê-me algo concreto, minha cara, porque eu quero voltar a sentir.