A rotina volta, com força total. Mais um dia normal: trabalho, escola, casa...
É tão absurdamente monótono que chega a ser reconfortante. De um modo deprimente, mas ainda assim consolador.
Uns dizem que é pessimismo, outros, realismo, e alguns até mesmo drama. Mas a verdade é que eu sonho, o tempo todo. São pequenos delírios enlouquecedores, tiros no escuro, um mundo desconhecido e incolor. A imaginação começa nos olhos, continua no sorriso e é concluída nas mãos que seguram esta caneta, que escrevem bobagens sem parar. E os olhos, que inicial esta parábola, são distraídos, e procuram respostas em detalhes insignificantes. Criam escudos para o coração, que tenta à todo custo se manter longe dessa guerra diplomática, sem saber que é só mais um beco sem saída...
É uma dívida paga todos os dias com juros altíssimos. Um pouco de dor insuportável, um pouco de agonia, não é suficiente por tudo o que foi dado antes, por tudo o que foi concebido.
Bênção?
Maldição?
Um terrível engano, talvez. Enquanto peças contraditórias se encaixam, o mundo explode, sacaneia, desgraça. Deus ou o Diabo, anjo ou demônio, que diferença faz? Tudo se mistura, vira um só e busca vingança, ah, a doce vingança, que entra por debaixo das portas, atravessa as paredes. Uma fissura, seguida de alucinações, loucuras e desejos há muito enterrados, saem à escuridão da noite para se satisfazerem, tanta dor, tanto prazer, oh...
Mais um texto distraído.
Quantos mais até eu aprender?
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
sábado, 14 de agosto de 2010
Make me feel baby, make me feel
Ela é tudo o que você mais ama, e tudo o que você mais odeia. São dois pólos opostos que te enlouquecem, que te excitam. Ela é sedutora e carinhosa, infiel e mentirosa, amante e traidora. Ela faz você pedir por mais, faz você subir pelas paredes, te deixa sem ar. E então ela te corta, te magoa, machuca, some. Esconde seus segredos por trás dos olhos, te faz imaginar horrores, te esquece com facilidade. Um objeto. Usado como e quando ela quer. E, no fundo, você ama esse poder, ama obedecê-la, oh, eu sei disso. Ela te faz perder a cabeça, te faz coisas que nenhuma outra mulher fez, não te nega nada. Sussurra no seu ouvido que o ama. Você a deseja, ela te enoja. Tã complicado, tão tentador, tão delirante.
Esqueça todas as suas definições de paraíso, baby, ou de inferno. Ela é tudo isso pra você.
Esqueça todas as suas definições de paraíso, baby, ou de inferno. Ela é tudo isso pra você.
domingo, 1 de agosto de 2010
Sea change... She strange...
-ESPERA!
Ela gritou, ele ouviu e parou. Não olhou para trás, mas ela teve a certeza que ele ouvia. A dor que emanava dele era visível, quase como fumaça. Qualquer ato ou fala poderia desabar tudo, destruir toda a estabilidade de uma vida.
-Eu sei como é.
-Não, não sabe não!
Agressivo, impulsivo, irônico, bêbado. Péssima combinação.
- Ah, eu sei sim. Você sente que vai morrer sangrando de dor. Sente que já caiu,que não tem sentido em nada do que vê. E isso não vai passar. Nunca.
-O que você sabe sobre isso? Você é uma covarde! Acha que essas palavras vazias vão ajudar? Pois não vão. NÃO VÃO.
Calma, muita calma.
- Eu realmente, realmente sinto muito que tenha que passar por isso. Você não entende...
- O que é que eu não entendo? Eu não sou você. Não vou cometer os mesmos erros. Eu vou encarar, eu vou aguentar.
-Não, você não vai! Pode falar isso agora, mas não vai ser forte; ninguém é tanto assim.
- POIS EU VOU SER!
Ela chegou perto. Tirou uma faca do bolso. Cortou seu pulso.
-Me diga, agora: O que dói mais?
Ele não respondeu, mas ela já sabia a resposta. Tantas lágrimas desperdiçadas, tantas decepções guardadas, tudo jogado na rua, para todos e para ninguém. Quem poderia entender? Ninguém! Nada é paralelo, nada tem conserto. Um coração quebrado não ´pode ser reparado, não importa o tempo. Aliás, o tempo é aquilo que nos mata.
E ele chorou. E falou. Gritou tudo o que precisava, xingou todos os deuses do universo, crucificou-se, culpou-se, culpou-a. Entregou-se à dor sem dela precisar, sem conhecer totalmente as consequências. Mais um desesperado no mundo, mais um peso morto, alguém que dorme com a esperança de não mais acordar. E não importa quantos cortes ele faz, não importa quanta dor física ele tenha, ela nunca é suficiente. Nada nunca é suficiente.
Já é hora de morrer?
Ela gritou, ele ouviu e parou. Não olhou para trás, mas ela teve a certeza que ele ouvia. A dor que emanava dele era visível, quase como fumaça. Qualquer ato ou fala poderia desabar tudo, destruir toda a estabilidade de uma vida.
-Eu sei como é.
-Não, não sabe não!
Agressivo, impulsivo, irônico, bêbado. Péssima combinação.
- Ah, eu sei sim. Você sente que vai morrer sangrando de dor. Sente que já caiu,que não tem sentido em nada do que vê. E isso não vai passar. Nunca.
-O que você sabe sobre isso? Você é uma covarde! Acha que essas palavras vazias vão ajudar? Pois não vão. NÃO VÃO.
Calma, muita calma.
- Eu realmente, realmente sinto muito que tenha que passar por isso. Você não entende...
- O que é que eu não entendo? Eu não sou você. Não vou cometer os mesmos erros. Eu vou encarar, eu vou aguentar.
-Não, você não vai! Pode falar isso agora, mas não vai ser forte; ninguém é tanto assim.
- POIS EU VOU SER!
Ela chegou perto. Tirou uma faca do bolso. Cortou seu pulso.
-Me diga, agora: O que dói mais?
Ele não respondeu, mas ela já sabia a resposta. Tantas lágrimas desperdiçadas, tantas decepções guardadas, tudo jogado na rua, para todos e para ninguém. Quem poderia entender? Ninguém! Nada é paralelo, nada tem conserto. Um coração quebrado não ´pode ser reparado, não importa o tempo. Aliás, o tempo é aquilo que nos mata.
E ele chorou. E falou. Gritou tudo o que precisava, xingou todos os deuses do universo, crucificou-se, culpou-se, culpou-a. Entregou-se à dor sem dela precisar, sem conhecer totalmente as consequências. Mais um desesperado no mundo, mais um peso morto, alguém que dorme com a esperança de não mais acordar. E não importa quantos cortes ele faz, não importa quanta dor física ele tenha, ela nunca é suficiente. Nada nunca é suficiente.
Já é hora de morrer?
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