domingo, 24 de julho de 2011

Sinto pulsação em meu corpo de novo, mas, de novo, são pelos motivos errados. Quando vou aprender? À medida que tudo o que conheço e que amo se afasta, minha mente sangra, tentando mandar embora a solidão antes que ela se assente em mim.
Precisarei mesmo mudar de país para me livrar de você? Sair do continente? Essa sede insaciável só cresce enquanto tento não pensar em nada, enquanto tento voltar à dor que era ficar sem você... Era mais honesto do que a esperança, ao menos. Eu não sentia frio, eu me sentia bem. Sentia que podia ir em frente. Por que fui procurar você? É sempre o mesmo drama, e de novo, de novo, de novo. Sempre a mesma queda, sempre da mesma altura, sempre no mesmo ponto. Enquanto outros evoluem, estou parada no tempo.

sábado, 23 de julho de 2011

Uma citação.

"As palavras são uma fonte inesgotável de magia, pois elas nos curam e nos machucam."
Alvo Dumbledore - Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Was it a dream?

 É bom saber que em algum lugar, ainda, há certa rotina. Gosto de ter a certeza que não importa o tempo em que eu me ausente, quando voltar, as coisas vão estar exatamente do jeito que as deixei. No fundo, todo aventureiro é assim. E, no fundo, todos têm medo de mudar, mesmo que não diga a ninguém. O que não é surpresa, pois todos escondem seus pensamentos, seus sonhos. O medo interfere, altera mentes, suga vidas, mata. Reprime. Por que o medo não me afeta dessa maneira, então? Porque, quando mais preciso, não sou reprimida, não sou parada? 
Existem mesmo opções, estradas a seguir, ou são apenas palavras vazias de pessoas vingativas? Sinto-me desfalecendo aos poucos, de uma doença desconhecida, que me tira minhas memórias e meus sonhos. Terei eu mesmo um futuro? Tudo está tão nebuloso. Apagado. Não há mais proteção de ninguém onde posso me refugiar, e se as lembranças se forem, como vou saber que tudo isso é real? E se os sonhos se forem, como vou saber o que seguir?
Tenho tanto medo das coisas erradas; tenho medo de ser cuidada, tenho raiva de quem me cuida, de quem quer proteger-me. Sinto-me tão culpada o tempo todo. Nada do que eu faço parece aliviar essa culpa, não importa o quanto eu me esforce, não importa quão longe eu fique de tudo isso, eu sempre sou levada de volta ao lugar de onde vim. Nunca vou me encaixar onde eu gostaria, e ter esperança só faz com que eu me sinta vazia depois. Tudo dentro de mim é apenas asco: Gostaria de poder apagar todas as memórias ruins, ou confiná-las num lugar em que eu não precise revivê-las, nunca mais. 
Preciso de um objetivo, preciso de algo para buscar. Preciso de uma nova aventura. Ou de uma velha.
Desde que eu possa estar com você.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

 Tenho uma sensação tão estranha quando olho o mar: Lembranças de um passado mais triste, porém, excepcionalmente mais feliz do que agora misturam-se ao desgosto, ao desapontamento e à amargura ao ver minha nova realidade. Quebrada, sem vida, fui banida da terra dos vivos, mas, não estando morta, não posso ficar na terra dos mortos, tampouco. A que lugar pertenço, então? 
 Se não fosse tão descrente de tudo, diria que é o destino que me leva sempre ao vazio. Seria mais nobre do que culpar alguma criatura divina, isto você tem que admitir. Tenho agora por companhia apenas pensamentos e sonhos que me torturam, vontades e desejos que não posso realizar, e a dor, a dor que deveria estar me acompanhando a todo momento e a todo lugar, há tempos me abandonou. Estou me sentindo tão sozinha, tão isolada. De que adianta fingir? Nada tenho a oferecer, nem para mim nem para ninguém. O copo não está meio cheio, como dizem os otimistas. Não há paz no meio da escuridão.
 Mas tudo isso é tão estúpido! Posso lutar contra a maré, mas sei que já estou me afogando, e aqui, não há viv'alma para me ajudar. E, mesmo que tivesse, alguém viria em meu socorro? Eu mesma não me ajudaria. Então, caro carrasco, deixe-me parar de respirar aos poucos em agonia, deixe-me ficar no meu pedaço de eternidade.
Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.