quarta-feira, 20 de julho de 2011

Was it a dream?

 É bom saber que em algum lugar, ainda, há certa rotina. Gosto de ter a certeza que não importa o tempo em que eu me ausente, quando voltar, as coisas vão estar exatamente do jeito que as deixei. No fundo, todo aventureiro é assim. E, no fundo, todos têm medo de mudar, mesmo que não diga a ninguém. O que não é surpresa, pois todos escondem seus pensamentos, seus sonhos. O medo interfere, altera mentes, suga vidas, mata. Reprime. Por que o medo não me afeta dessa maneira, então? Porque, quando mais preciso, não sou reprimida, não sou parada? 
Existem mesmo opções, estradas a seguir, ou são apenas palavras vazias de pessoas vingativas? Sinto-me desfalecendo aos poucos, de uma doença desconhecida, que me tira minhas memórias e meus sonhos. Terei eu mesmo um futuro? Tudo está tão nebuloso. Apagado. Não há mais proteção de ninguém onde posso me refugiar, e se as lembranças se forem, como vou saber que tudo isso é real? E se os sonhos se forem, como vou saber o que seguir?
Tenho tanto medo das coisas erradas; tenho medo de ser cuidada, tenho raiva de quem me cuida, de quem quer proteger-me. Sinto-me tão culpada o tempo todo. Nada do que eu faço parece aliviar essa culpa, não importa o quanto eu me esforce, não importa quão longe eu fique de tudo isso, eu sempre sou levada de volta ao lugar de onde vim. Nunca vou me encaixar onde eu gostaria, e ter esperança só faz com que eu me sinta vazia depois. Tudo dentro de mim é apenas asco: Gostaria de poder apagar todas as memórias ruins, ou confiná-las num lugar em que eu não precise revivê-las, nunca mais. 
Preciso de um objetivo, preciso de algo para buscar. Preciso de uma nova aventura. Ou de uma velha.
Desde que eu possa estar com você.

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