domingo, 21 de novembro de 2010

Estou aqui, diante de uma folha de papel, com tantas idéias que não sei como descarregar. Sem saber como dizer a verdade, como ouvi-la. Amar e destruir são verbos tão semelhantes que eu poderia dizer que são a mesma coisa. Ou, então, uma sucessão de acontecimentos. E também, ambos dizem a mesma coisa: nada. É sempre vazio, sempre supérfluo, sempre egoísta. Disseram-me que sou uma folha em branco, mas talvez eu prefira assim, talvez eu queira que cada um escreva a sua história, e não conheça a minha. Talvez eu não tenha uma história. Sou formada de esperança, e sobre isso... sobre isso não há o que dizer. São só incertezas, todo o tempo, e isso muda. Ou talvez eu seja igual à todo mundo, e vejo que ninguém nunca tem nada a dizer. São todos folhas em branco, esperando por outras histórias, sem conseguir. E seria tão mais simples se simplesmente  soubessem ver a verdade, se quisessem ver a verdade. E novamente, sou como todo mundo, e me deixo levar por palavras vazias, no calor da emoção. E tomo doses e mais doses de nada, me preencho de vazio, e acho que está tudo bem ficar assim. E as coisas vão continuar assim, porque sou fraca demais para ficar presa nisso, mas fraca demais para seguir em frente. Desejo não é o mesmo que necessidade, amor não é o mesmo que mentira e você... você não é quem eu pensava ser.
Idéias, idéias. Quantas delas serão necessárias para escrever alguma coisa decente?

Um comentário:

  1. Adoro o instinto de preservação que habita as pessoas. Cada vez mais a questão da necessidade de adaptar-se as circunstancias, é colocado como uma das grandes vantagens do indivíduo denominado de pós-moderno. O que acontece é que todos passam a ter as mesmas feições as mesmas dúvidas insignificantes. Por isso é maravilhoso a incapacidade de se adaptar das pessoas, indivíduos rebeldes quando a hipocrisia e a idéia de convivência pacífica que marca os relacionamentos. Ficar parado,deitado ouvindo a música “NADA” DA BANDA CIDADÃO INSTIGADO,é necessário para se desintoxicar do mundo, dos outros e da vida. A folha em branco não é necessariamente algo negativo, Nietzsche era uma folha em branco,a música “nada” é uma folha em branco,entretanto mas do que a página vazia há de se escrever lacunas do vazio que se sente e não do idealizado.

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