domingo, 7 de novembro de 2010

Anarquia

Hoje vou escrever um texto diferente, fora do padrão. Nada de suicídio, loucura, dor. Sem ficção, chega de falar das outras pessoas, hoje vou falar de mim. Ainda estou pensando se vou publicar isso, provavelmente não. Não estou afim. Aliás, não estou afim de fazer nada além de deitar na minha cama, e dormir até segunda-feira, quando a rotina insuportável começa de novo. Até quando vou ter que fazer o que é necessário, não o que desejo? Quando os meus sonhos serão prioridade? Eu vejo todos esses adolescentes presos numa fila, um seguindo o outro, nada de originalidade, nada que as faça respirar, viver, pulsar. Quando a sociedade voltará à sentir alguma coisa verdadeira? E ainda me perguntam porque escrevo ficção! Como se o mundo não vivesse numa ficção eterna, esperando que o que acontece nos filmes, nas novelas, se torne real. SEJA real, não espere nada cair do céu, vá atrás de seus sonhos. Nada do que acontece nas telas, nos livros, vai acontecer de verdade. Acho podre toda esse egoísmo, em que silicone vale mais do que cérebro. Ou pior, quando nada mais vale. Obrigada, caros cidadãos do mundo, por matarem por uma pedra, por uma moeda sequer. Obrigada, por matarem o planeta com seu capitalismo maldito, por esquecerem o que é a vida de verdade, por deixarem o pior para a minha geração, e para a próxima. Que tudo vá para o inferno, que todos vão para o inferno, sem hipocrisia, que venha alguma coisa real agora. Que o sentimento seja real, ao menos. Chega de corações de plástico, de vidas artificiais. Eu quero sentir sangue pulsar sob minhas veias, quero ver olhos brilharem, quero sentir a emoção emanar aos montes. Quando é que todos esses meus sonhos vão sair da lista de espera? Não quero ser só mais uma na multidão, e, quando chegar ao fim, não quero me arrepender de tudo o que fiz, e do que não fiz. Eu NÃO vou me arrepender.

Um comentário:

  1. chega um momento em que todos se deparam com seus próprios monstros,com a falta de sentido absoluto, com a ausência de verdades e de coisas grandes a serem comtempladas. diante dos mostros alguns rezam e se confortam com as suas próprias mentiras,enquanto outros se dão contam que tudo não passa de um grande teatro a céu aberto,onde só resta interpretar algum papel seja cômico ou dramático, ou a conjugação dos dos com a invenção de outros.A crise tem que ser profunda para poder atingir o ser. mas se deve sempre perguntar se há possibilidade de haver alguma coisa que var além dessa crise.

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