sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Cores

Preto retém, branco reflete. E o cinza? O cinza é monótono, uma mistura que resulta indiferença. Nada de vida ou morte, nada de amor ou ódio, nada de extremos ou de opostos. O cinza representa o nada, o vazio, o tédio. Não inspira, só me deixa aqui parada, com essa chuva incessante como companhia, além de uma garrafa de heineken e um maço de cigarros. Quanta sutileza.
Não é que eu não sinta mais nada: é que já estou tão cortada, que simplesmente não há mais espaço para novos cortes, e por isso eles simplesmente atravessam meu corpo sem conseguir lugar para ficar. Nem fila há mais. Por isso estou tão cinza. Até a dor cansou-se de mim, e foi procurar outro lugar para habitar. E não há espaço para o amor, tampouco. O amor já foi, é passado, é só uma lembrança ruim.
Mas a questão é: quantos outros sentimentos vão virar passado até esse cinza desaparecer de dentro de mim?

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