terça-feira, 15 de março de 2011

Me diga, por que mereço morrer? Os males foram grandes, é verdade, mas não foram tão exagerados. Nada que um pouco de sangue não resolva. E, claro, um pouco de dor.
Qual vai ser o tamanho do seu sacrifício?
 Por que, caro carrasco, eu mereço mesmo morrer?
 Qual a utilidade de tal morte?
 É tanto ódio... Tão frágil, tão sensível. E enquanto você se passa por brinquedinho social, a matança começa, incontrolável, insaciável.
 Vamos jogar pôquer com a morte?
  E o que apostaremos? Nossas vidas e nossas almas são insignificantes demais, ela jamais aceitaria isso.
  Dinheiro? Puft.
  O que poderia ser então?
 Ah.
 É óbvio.
 É aí que a dor entra.
 Quanto sangue será necessário?
 Oh, eu fiz tanta bagunça, eu sei! Desculpas não vão adiantar, não vão resolver o problema, não irá devolver ou purificar o seu sangue, mas não consigo evitar, minha boca tem vida própria, esqueceu-se de mim.
  Então, acha que poderia tomar tamanha ousadia como coragem, e perdoar-me? Sei que me acha insana. Sei que tentei fugir de toda essa insanidade, sem conseguir nada mais do que doses extras de dor. 
  Então, agora você fugirá de mim? Tem que entender, tem que fazer isso, e agora, antes que seja tarde, antes que seja amaldiçoado também. Antes que morra por dentro.
  Como eu.

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