sábado, 12 de novembro de 2011

 Dor, muita dor. É como se um peso morto estivesse em cima de mim, dentro de mim.
 É pecado demais sentir falta de tudo aquilo que me representa?
 Tédio, tédio. Cada dia dentro dessa jaula é um adeus à liberdade, uma corrente em cada veia, em cada músculo do meu corpo. Tv, cigarros sem conta e um copo de Coca-Cola me fazem companhia todas as noites. Nada de noitadas, bebedeiras excessivas ou sensações prazerosas. Nada de amigos, nada de transas casuais.
É nisso que se resume o inferno?
 Quando me tornei uma pessoa tão solitária? Há quanto tempo sinto esse vazio que nada preenche? Esses sonhos malditos que não me deixam dormir uma noite inteira, essa vontade de... de... de quê? O desânimo surge antes que eu descubra, todas as vezes que eu chego perto demais do mistério. Puft, grande mistério. Digno de Sherlock Holmes.
 Eu deveria parar com o sarcasmo. Eu deveria parar de falar comigo mesma, escrever essas linhas soltas que não fazem sentido nem mesmo para mim, que as escrevo por não ter o que fazer. Deveria estudar. Terminar de ler aquele livro, parado na estante há quase um mês. Deveria ir no bar, no próximo domingo, e beijar o primeiro ou a primeira que se interessasse por mim. Começar meu curso de inglês. Arrumar um emprego. Sair de casa. Tanta coisa a fazer... Mas tudo o que quero é mais um cigarro, e talvez mais cafeína, meio impossível de conseguir a essa hora da noite.
Talvez eu vá ouvir Miles Davis. E parar de escrever.

Um comentário:

  1. rs. Tenho uma profunda empatia com os seus textos.Agora nem preciso mais escrever este. Adorei.

    ResponderExcluir