Você pode, por favor, me enterrar junto com meu passado?
Há um buraco aqui, um buraco que você deveria estar.
Eu posso, por favor, te enterrar junto com o seu passado?
O fundo do poço é paciente, esperado, previsível. Não há nada para temer, há somente o nada, o vazio. O intruso aqui é o medo, e a coragem tenta afastar.
- Como é morrer?
Eu não saberia dizer.
- O que isso significa?
Eu não poderia te responder.
Essa ligação entre corpos, essa compreensão entre mentes, esses sentimentos entre corações... Qual é o valor disso? De que importa respirar?
Essa maldita estrada não tem fim, a felicidade não existe coisa nenhuma. Há somente lapsos em que a mente esquece da dor, há distrações que privam os olhos de lágrimas. As lembranças são apenas substituídas por outras lembranças.
Essa é minha rotina particular.
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