quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sobre os dias

Não há mais nada que falar, pensar ou ouvir sobre isso. Não há mais ninguém aqui.
Você pode, por favor, me enterrar junto com meu passado?
Há um buraco aqui, um buraco que você deveria estar.
Eu posso, por favor, te enterrar junto com o seu passado?
O fundo do poço é paciente, esperado, previsível. Não há nada para temer, há somente o nada, o vazio. O intruso aqui é o medo, e a coragem tenta afastar.
- Como é morrer?
Eu não saberia dizer.
- O que isso significa?
Eu não poderia te responder.
Essa ligação entre corpos, essa compreensão entre mentes, esses sentimentos entre corações... Qual é o valor disso? De que importa respirar?
Essa maldita estrada não tem fim, a felicidade não existe coisa nenhuma. Há somente lapsos em que a mente esquece da dor, há distrações que privam os olhos de lágrimas. As lembranças são apenas substituídas por outras lembranças. O ciclo nunca muda.






Essa é minha rotina particular.

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