sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Fuck off

 Deixemos a hipocrisia um pouco de lado: É impossível ter esperança todo o tempo. A esperança é a desculpa do fraco para nunca desistir e seguir em frente. Mas ficar nessa montanha russa de sentimentos não é fácil, tampouco. São detalhes que parecem pequenos e mesquinhos, mas mudam vidas inteiras, decidem momentos, pessoas que iremos conhecer, coisas que iremos fazer. Não quero decidir mais nada. Quero, nesse ano, que tudo acabe e que eu sobreviva. Ou parte de mim, ao menos. Não estou pedindo demais. Estou pedindo por paz, e um pouco de misericórdia, só. Não posso pensar que tudo aquilo que sonhei, tudo aquilo que conquistei, será abandonado por conta de um sentimento estúpido que não passa nunca. Estou há anos nesse inferno e nesse luto sem conseguir me soltar. Prisioneira de meus próprios sentimentos. Prisioneira de mim mesma. Ninguém irá me libertar, porque nem eu mesma sei como resolver isso.
Ou talvez eu seja só uma vadia que finja o tempo todo. Fernando Pessoa me entenderia. Ele e seu poema fingidor. Egoísmo corre por minhas veias, junto com esse sangue sujo que ninguém jamais irá tocar, para não se contaminar. Sou humana. Não espero mais nada da humanidade.

Um comentário:

  1. Um caco quebrado
    São cacos de caco
    Fragmentos dispersos
    Coração despedaçado
    Eu não me reconheço mais no espelho
    Imagem da minha imagem
    Rompi o invólucro
    Lasca por lasca
    Não sobrou nem mesmo
    Um pedaço da casca
    Agora vago
    Divago
    Rasgo página por página
    Nenhuma lágrima perdida
    Ao acaso...

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