sábado, 27 de novembro de 2010

Um último suspiro

Saudades de quando eu não era nada, de quando o dia ainda me importava, de quando eu tinha coragem. Saudade de quando covardia era sinônimo de piada, de quando tudo era verdade, mesmo na ficção. Saudade dos sonhos realizáveis. Saudade de saber o que fazer. Saudade de ser importante, mas não ser destaque. Saudade do amor simples. Saudade de não ter essa vontade compulsiva de escrever. Saudade de ser mais honesta. Saudade as crônicas, e não dos romances. Saudade de ver o Jabor na TV. Saudade de ficar a tarde toda lendo Luís Fernando Veríssimo. Saudade de achar que um dia eu teria o talento deles. Saudade de não sentir pena de mim. Saudade de mim mesma. 
Em que esquina perdi o pouco de humanidade que ainda me restava?
Acho que você é o fim de tudo.

Um comentário:

  1. PARA FALAR DOS SEUS TEXTOS TENHO DE RECORRER A PALAVRAS QUE NÃO MINHAS.
    VOCÊ É A "ORQUIDEA NEGRA"


    Atenção artilheiro
    Três salvas de tiros de canhão
    Em honra aos mortos da Ilha da Ilusão
    Durante a última revolução do coração e da paixão
    Apontar a estibordo… Fogo!

    Você é a orquídea negra
    Que brotou da máquina selvagem
    E o anjo do impossível
    Plantou como nova paisagem

    Você é a dor do dia a dia
    Você é a dor da noite à noite
    Você é a flor da agonia
    A chibata, o chicote e o açoite

    Lá fora ecoa a ventania
    E os ventos arrastam vendavais
    Do que foi, do que seria
    Do que nunca volta jamais

    Parece até a própria tragédia grega
    Da mais profunda melancolia
    Parece a bandeira negra
    Da loucura e da pirataria

    Atenção, artilheiro
    Três salvas de tiros de canhão
    Em honra aos mortos da Ilha da Ilusão
    Durante a última revolução do coração e da paixão
    Apontar a estibordo… Fogo!

    COMPOSIÇÃO ZÉ RAMALHO, JORGE MAUTER

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