Saudades de quando eu não era nada, de quando o dia ainda me importava, de quando eu tinha coragem. Saudade de quando covardia era sinônimo de piada, de quando tudo era verdade, mesmo na ficção. Saudade dos sonhos realizáveis. Saudade de saber o que fazer. Saudade de ser importante, mas não ser destaque. Saudade do amor simples. Saudade de não ter essa vontade compulsiva de escrever. Saudade de ser mais honesta. Saudade as crônicas, e não dos romances. Saudade de ver o Jabor na TV. Saudade de ficar a tarde toda lendo Luís Fernando Veríssimo. Saudade de achar que um dia eu teria o talento deles. Saudade de não sentir pena de mim. Saudade de mim mesma.
Em que esquina perdi o pouco de humanidade que ainda me restava?
Acho que você é o fim de tudo.
PARA FALAR DOS SEUS TEXTOS TENHO DE RECORRER A PALAVRAS QUE NÃO MINHAS.
ResponderExcluirVOCÊ É A "ORQUIDEA NEGRA"
Atenção artilheiro
Três salvas de tiros de canhão
Em honra aos mortos da Ilha da Ilusão
Durante a última revolução do coração e da paixão
Apontar a estibordo… Fogo!
Você é a orquídea negra
Que brotou da máquina selvagem
E o anjo do impossível
Plantou como nova paisagem
Você é a dor do dia a dia
Você é a dor da noite à noite
Você é a flor da agonia
A chibata, o chicote e o açoite
Lá fora ecoa a ventania
E os ventos arrastam vendavais
Do que foi, do que seria
Do que nunca volta jamais
Parece até a própria tragédia grega
Da mais profunda melancolia
Parece a bandeira negra
Da loucura e da pirataria
Atenção, artilheiro
Três salvas de tiros de canhão
Em honra aos mortos da Ilha da Ilusão
Durante a última revolução do coração e da paixão
Apontar a estibordo… Fogo!
COMPOSIÇÃO ZÉ RAMALHO, JORGE MAUTER