domingo, 18 de julho de 2010

The world is a vampire (like, like a venom)

Estátuas me olham enquanto caminho, me seguem como fantasmas, como sombra.
Seria pura imaginação?
Olhos castanhos, tão doces, tão puros, tão intensos na chuva que lava meus pecados, um pedaço de paraíso dentro do inferno.
Foi tão, tão fácil criar um escudo e me manter dentro dele todo esse tempo, tão fácil afastar todo mundo e esquecer. Mas os olhos perseguem o tempo todo, nada os apaga, nada os impede de machucar, invadir, machucar.
Como um Midas oposto, destruo tudo o que toco, mato todos que amo. Estúpidos aqueles que ainda insistem, que teimam em errar de novo, que buscam-me, mesmo na morte.
Lágrimas de crocodilo se formam, tentam convencer, mas elas são enganadoras demais, opostas demais ao sentido das palavras que saem da boca, percorrem os olhos e escondem na alma. São rostos marcados de sangue, do meu sangue, assassinato após assassinato, crime após crime. Sem culpa, sem regra, sem desculpas, sem amor.
É tudo tão contraditório, tudo tão ilusório, está tudo tão perto de mim. Eu vejo cada milimetro dessa dor imutável, cada célula que se move ao redor desse globo de problemas. Essa esquizofrenia real, esses monstros imaginários, esses olhos perseguidores. Um cubo de pensamentos, que batem nestas paredes fechadas e cruzam-se o tempo todo, como  imãs maléfico, dispostos a condenar.
Mas essa dor, essa dor é real; tão real quanto a chuva que cai, tão real quanto estas estátuas, tão real quanto todos os problemas.
Cada situação arranca um pedacinho, e até quando terei pedaços para ser arrancados? Tantas promessas quebradas, tantos fios cortados, tantos espaços vazios que não podem mais ser preenchidos. É um longo tempo de espera, tempo demais, tempo morto.
Estas mãos que lhes escreve agora, senhores, são mãos que matam, que destroem tudo, o tempo todo. São mãos manchadas de sangue inocente, mãos experientes, que já agem inconscientemente, puro hábito mórbido. E esse sorriso que vos engana, é a última coisa que podem ver, um sorriso que vai se transformando num esgar à medida que vai matando, à medida que obtêm mais e mais sangue.
Digam-me agora, senhores: Depois de tantos avisos, conseguem se manter longe?
Eu duvido.

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