segunda-feira, 26 de abril de 2010

In the cold light of morning

Um olho aberto, depois outro. Uma respiração tensa, assustada, rápida. Uma batida de coração.
Depois,o silêncio.
É assim toda manhã, todo despertar. O frio era mais uma prova de que tudo seria do mesmo jeito, nada mudaria. Não hoje, não nunca.
Um jeans, uma camiseta, um tênis.
Um casaco. Um par de luvas.
Detalhes de uma vida monótona, de uma existência forçada. Assim como uma manhã fria de abril, espera-se que o sol saia, mas tudo o que temos é uma chuva fina, mas que ainda molha. Tudo poderia ser acabado rapidamente se houvesse mais alternativas. Se houvesse a incerteza, se a dúvida pudesse ser plantada. Uma semente sequer, que pudesse ser regada todos os dias, atéestar grande o suficiente para dar frutos. Mas não há dúvidas, tudo está muito certo, tudo está preparado. Por mais que o fim seja odioso, ele sempre começa com as cenas certas. Como eu disse, tudo organizado. Todos os detalhes envolvidos, todas as linhas quebradas, todos os caminhos seguidos.
Nada de fins rápidos.
Há o drama teatral, a dor da perda, as lágrimas. Tudo minuciosamente pensado.
Afinal, era mais uma manhã fria de abril.

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