terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Pertences

É incrível como algumas coisas parecem ser suas desde sempre. A mim, por exemplo, sempre pertenceu a dor. Desde o começo, ela esteve de mãos dadas comigo, como uma amiga, uma doce irmã. A outros, pertencem pessoas, rostos, vozes. Emoções distintas. Amor incondicional.
Como isso soa falso...Como algo de fora pode ser tão meu, se nem eu mesma sou minha? Como posso doar-me para alguém, se não me entrego nem mesmo aos meus desejos?
Fugimos tanto de coisas que achamos que é errado, sem saber que a única coisa errada é fugir. Mas meus pés já sangram demais, e não posso mais correr.
Hora de encarar a realidade.
Quanta coisa, quantos problemas.
Uma dose generosa me cairia bem!
Primeiro, vai-se a melancolia.
Depois, a lucidez.
E então... Nada.

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